2025 é celebrado como o ano inaugural das baterias de estado sólido em veículos.
Com avanços tecnológicos de gigantes globais como a Academia Chinesa de Ciências, Farasis Energy, Toyota e CATL, os limites de autonomia dos veículos de nova energia estão sendo fundamentalmente redefinidos.
Com densidade de energia dobrada, recarga ultrarrápida comparável ao reabastecimento e sem degradação em baixas temperaturas, uma revolução silenciosa em tecnologia de baterias está reescrevendo o ecossistema da mobilidade.

I. Avanços Tecnológicos: Três conquistas centrais desbloqueiam o “código da autonomia”
O segredo para dobrar a autonomia das baterias de estado sólido está no salto da densidade de energia, sustentado pela solução precisa de três grandes desafios técnicos enfrentados pelas baterias de íon-lítio tradicionais.
(1) O desafio das interfaces finalmente superado
O antigo problema da interface “cerâmica e massa de modelar”, que há anos atormentava a indústria, foi resolvido.
A tecnologia de “adesivo iônico de iodo” desenvolvida pelo Instituto de Física da Academia Chinesa de Ciências permite uma ligação perfeita entre o eletrólito sulfetado — duro e frágil — e o ânodo metálico de lítio — macio.
Sob um campo elétrico, os íons de iodo preenchem ativamente as microfissuras, formando uma camada condutora densa que aumenta em mais de 30% a utilização do material ativo.
Ao mesmo tempo, a tecnologia “reforçada com flúor” da Universidade de Tsinghua forma uma película protetora na superfície do eletrólito, alcançando zero explosões e zero incêndios em testes de perfuração com agulha a 120 °C.
(2) Atualização abrangente dos materiais
Revolução no ânodo:
A transição dos ânodos de silício-carbono para folhas ultrafinas de lítio metálico (10–20 μm) aumenta em até dez vezes a capacidade de armazenamento de lítio.
A Farasis Energy já alcançou 400 Wh/kg de densidade energética em sua primeira geração de baterias totalmente de estado sólido.
Avanço no eletrólito:
A condutividade dos sulfetos foi elevada para 5×10⁻³ S/cm, triplicando a velocidade de transporte iônico e melhorando significativamente a recarga rápida.
Estrutura flexível inovadora:
A estrutura polimérica desenvolvida pelo Instituto de Metais da Academia Chinesa de Ciências permite que as baterias resistam a 20.000 ciclos de flexão sem danos, aumentando em 86% a capacidade de armazenamento de energia.
(3) Salto na densidade energética
Enquanto as baterias ternárias convencionais oferecem 250–300 Wh/kg, as semissólidas já atingem 350–450 Wh/kg, e as totalmente sólidas superam 500 Wh/kg.
A Chery Kunpeng projeta chegar a 600 Wh/kg, o que significa que sedãs do futuro poderão ultrapassar 1.500 km de autonomia.

II. Validação prática: revolução dupla em autonomia e recarga rápida
(1) Primeiro avanço real em autonomia acima de 1.000 km
O IM L6 Light-Year Edition utiliza um pacote semissólido de 123,7 kWh com 368 Wh/kg de densidade energética, alcançando 1.002 km de autonomia CLTC.
Em testes reais, um motorista de aplicativo em Shenzhen manteve 200 km de autonomia restante após 12 horas contínuas de operação, eliminando completamente a ansiedade de alcance.
Com a versão totalmente sólida de 500 Wh/kg da Farasis, a autonomia pode ultrapassar 1.400 km.
(2) Velocidade de recarga comparável ao abastecimento
Graças ao eletrólito de alta condutividade, o IM L6 atinge potência máxima de recarga de 400 kW, recuperando 400 km de autonomia em apenas 12 minutos — um carregamento de 15% a 80% leva o tempo de preparar um miojo.
A Samsung SDI anunciou que, em 2027, suas baterias produzidas em massa alcançarão 80% de carga em 9 minutos, com vida útil de 20 anos.
(3) Desempenho estável em condições extremas
As baterias totalmente sólidas da Solid Power mantêm 70% da capacidade a –40 °C e mais de 80% a –20 °C, resolvendo de vez o problema de perda de autonomia no inverno.
III. Corrida industrial: produção em massa prevista para explodir até 2027
(1) Avanço acelerado das empresas chinesas
Farasis Energy: primeira geração de baterias totalmente sólidas será entregue até o fim do ano, mirando 500 Wh/kg em 2026;
CATL: produção em pequena escala prevista para 2027, com nível de maturidade tecnológica em 4/9;
BYD, GAC e SAIC: planejam integrar baterias totalmente sólidas entre 2026–2027, todas com autonomia acima de 1.000 km.
(2) Gigantes internacionais consolidando posições estratégicas
Toyota: detém mais de 1.300 patentes de estado sólido, recebeu ¥120 bilhões em apoio do governo japonês e lançará seu primeiro veículo totalmente sólido em 2027;
Mercedes-Benz × Factorial Energy: desenvolvem a bateria “Solstice”, visando produção em massa até 2030, com aumento de 80% na autonomia.
(3) Custos de comercialização ainda são um desafio
As baterias semissólidas custam cerca de ¥1,2/Wh (40% mais baratas que as totalmente sólidas), são compatíveis com linhas de produção existentes e atingem taxa de rendimento de 85%;
Já as totalmente sólidas têm rendimento de apenas 60% e custos de até ¥2/Wh, com gargalos de produção em massa ainda por resolver.

IV. Perspectivas futuras: a revolução da autonomia redefinirá a mobilidade
A popularização das baterias de estado sólido não apenas fará com que os veículos elétricos superem os a combustão em autonomia, mas também impulsionará novos setores, como a aviação elétrica, a mobilidade aérea de baixa altitude e o armazenamento de energia.
A estrutura de demanda por recursos de lítio será reconfigurada, abrindo novas oportunidades em purificação de lítio metálico e tecnologias de reciclagem segura.
Para os consumidores, 2026–2027 marcará a janela de ouro para compra de veículos: com os modelos semissólidos se tornando mais acessíveis e a tecnologia totalmente sólida amadurecendo, a ansiedade por autonomia se tornará coisa do passado.